sexta-feira, 19 de agosto de 2011

SEM RELEITURA...

Acabei de escrever esse texto e estou publicando. geralmente escrevo os textos, guardo por uma ou duas semanas sem ler, e depois leio, corrijo algumas palavras e concordâncias e pronto. a essência fica a da primeira escrita, mas não permito muitos erros... alguns acabam sendo postados e ficam porque nãocostumo reler depois que posto, podem influenciar o proximo. esse aqui pode conter erros diversos, porque não o guardei, não o reli, e não irei corrigir possiveis erros ortograficos, mas segue assim mesmo, afinal isso aqui é meu pra mim, como dito na apresentação do blog.

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Quando somos pequenos, aprendemos com nossos pais o que devemos fazer, como devemos nos portar, a ser educados, a respeitar as pessoas, e graças a Deus, minha mãe soube me educar muito bem (méritos totais a ela). Quando crescemos, automaticamente aprendemos o que alguns chamam de “malandragem da vida”. Você toma uma meia dúzia de porradas, quebra a cara uma dezena de vezes, confia em quem não deve, empresta a quem não devolve e fica atento a algumas ciladas que futuramente podem se repetir, e passa a ver a vida com olhos disciplinados e ligeiros ás mazelas que o mundo pode oferecer.
Seria lindo se o parágrafo acima fosse à plena realidade, mas não é. O ser humano tem uma necessidade de se achar mais esperto que o outro, de ser melhor, de se beneficiar de situações. Querer se dar bem sempre é algo que vem inserido em nosso DNA, e não adianta discordar disso, porque você estará tentando se achar melhor que o autor do texto. Fico pensando como nos damos ao luxo de sermos enganados, de achar que o mundo muda e que a gente só evolui, o espertão... essas coisas de evolução humana me fazem rir, porque noto algumas pessoas que fazem o processo inverso a evolução e se trancam em seus mundos achando que aquilo é ser o melhor. Acreditar nas pessoas faz de você um idiota em potencial, porém, não acreditar faz você não creditar-se ser alguém melhor. Tudo que vem acontecendo ao meu redor ultimamente tem me feito pensar e analisar atitudes, frases, e juras... em especial, as juras. Aquelas promessas de “esse ano será meu ano”, “segunda-feira começo meu regime”, etc...etc...etc... isso em enoja quando vejo que tudo é mentira, e a cada segunda-feira o prato em minha frente se torna ainda maior, o meu ano que seria maravilhoso, se torna o mais martirizante de todos os meus 30 ultimos anos já vividos. Quanta bobagem não é? O importante mesmo é que adquiri amigos, que ganho tapinhas nas costas a todo o momento, que as pessoas fazem suas falcatruas e eu nem percebo, que as mentiras soam aos meus ouvidos como musica, e eu passivo (apenas na atitude), não consigo me mexer pra mudar isso, acho que as vezes não quero. Lutar contra meus fantasmas me faz mal, perder uma briga com quem nem vejo, faz com que eu me sinta uma criança que a mamãe tem que ensinar como escovar os dentes... e as vezes é exatamente assim que me sinto, e muitas vezes tenho certeza disso. Contar historias, ler livros e ser um filho da puta com alguém soa tão parecido que não se vê reações diferentes no olhar. As expressões no rosto são as mesmas e receber isso acaba com parte do que você acha que ainda existe de verdadeiro. A dor é grande, o ódio de si é ainda maior, e saber que aquilo é uma situação que não irá mudar, faz você desacreditar da vida a todo o instante. Não entendo, mas quero um dia entender porque as pequenas dores internas ardem e queimam mais que as grandes feridas. A muitos anos atrás ouvi de uma grande amiga algo que me fez entender o sentido da vida (ou parte dele)... é estranho trazer isso pra algumas situações do dia-dia, mas nos conflitos mais agudos, penso sempre nisso e agradeço a “tia Lú” por ter me falado essa grande besteira real um dia. “O que mata o ser humano são as pequenas feridas. Quando você tem uma ferida de grande proporção, você trata, se utiliza de remédios, curativos e afins, mas quando você tem pequenas feridas, elas não são tratadas e ficam na pele (ou na alma) sem nenhuma atenção. A cada pequena ferida não tratada, faz com que a sua pele (alma) seja infestada cada vez mais e mais e mais... quando você perceber a importância das pequenas feridas, você verá que não tem mais como tratá-la, porque ela virou uma ferida enorme ao se juntar com as pequenas feridas vizinhas e não terá mais cura, virará um câncer que consumirá sua pele (alma) e você não mais terá como tratar”. Tudo na vida pode virar um câncer, basta você deixar com que aquilo cresça, te domine, e não tenha cura. O corpo tem remédios próprios para amenizar a dor, a alma não se permite esses artifícios, ela fica ardendo e queimando como um fogo sem fim. Quero apenas poder achar que aprendi tudo aquilo que meus pais me ensinaram e tentar viver sem ser enganado por mim, e reavaliar as pequenas feridas na minha pele e alma, pra que não vire uma doença sem cura. Infestar-se de alegria e não olhar para os lados com medo de compartilhar com o outro, é o mesmo que usar branco num velório e sorrir da face dos que choram, ou ir a uma festa de criança de luto e chorar aos gritos de felicidade do aniversariante quando ganha o presente que sempre pediu aos céus.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

MINHA DOR...

A cada dia que passa tento me definir, me entender, me encontrar, mas tá difícil. Hoje me vejo de forma diferente ao olhar de uns anos atrás, me sinto um velho as vezes, com pensamentos e costumes muito ultrapassados que eu mesmo não consigo entender de onde vêm. Estou buscando respostas pra diversas perguntas que faço pra mim e não consigo nem começar a pensar nela, porque não tenho noção do que se trata. A cada dia está mais difícil e um tsunami de duvidas parece surgir em minha frente a cada dia quando abro meus olhos ao som de um chorinho fino e amável. Olhar no fundo dos olhos do meu filho e ver um futuro incerto é difícil, mas é confortante saber que o amor incondicional que sinto por ele está intacto, está acima de qualquer outro amor existente nesse mundo. Saber o quanto isso é importante só eu consigo saber, mas dá pra se ter uma base do tamanho desse amor. Meu sangue, meu fruto, minha vida. As palavras me saem como a chuva mais forte das tardes quentes de janeiro em São Paulo, e alaga todos os espaços de um papel em branco com uma tinta azul de uma caneta qualquer. Mil coisas passam em minha cabeça, enquanto diversas pessoas ao meu redor falam de diversos assuntos diferentes, mas que eu não consigo prestar atenção em mais nada além de despejar esse monte de coisas no papel. A dor no peito só aumenta, e os momentos singelos já se foram... somente ficaram as lembranças, as vontades, os pensamentos, e o que ainda irei viver antes que tudo acabe. Dói muito escrever isso, e dói no fundo do peito, no centro de um coração que só pensa em viver direcionado a 3 pessoas. Não sei o que está acontecendo, e nem sei onde irei chegar com esse discurso, mas sei que estou caminhando a passos largos pra um abismo que não conheço e não sei o que tem lá embaixo. Tá foda, isso eu sei que tá, mas a cada dia tento viver com intensidade, mas não consigo, o desanimo está inserido em mim, o fracasso parece eminente e não sei onde está a porta de saída dessa sala escura e sofrida. O aperto é evidente, e a saudade do começo é ainda mais forte a cada momento. Desculpa, mas não sou forte o suficiente pra ficar segurando tudo isso sozinho, então descarrego o que passa na cabeça pra poder aliviar a tensão e direcionar pra mim mesmo a explosão de sentimentos que está guardada aqui dentro. Não quero o fim, mas a cada dia que passa ele parece mais perto, ele parece mais presente e isso me entristece, mas o sorriso tem que existir, porque as pessoas ao redor não têm culpa de eu não conseguir. Tentei, juro que tentei, mas cheguei a um ponto em que não vejo alternativas pra poder lutar. Preciso de ar pra poder respirar fundo e voltar a lutar, mas minhas armas não são mais uteis pro tipo de luta que estou passando, luta psicológica. O amor existe, a vontade de estar perto também, a imagem que tenho de você é a mesma e não quero perder isso nunca, mesmo que eu tenha que tê-la apenas em minhas lembranças, não quero perder. O que acho mais duro nisso tudo é saber que te ver e não ter você é algo impossível de acontecer, e não sei se vou conseguir viver assim. Como eu mesmo ouvi de você, eu que estou com a mão no gatilho, e "sei" qual a melhor hora de atirar, você apenas está em minha frente...
Foda... bem foda.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

SERÁ QUE ISSO É O SUFICIENTE?

O silêncio é o grito mais agressivo de quem sofre, é o pedido de socorro do desesperado, é o ar do asmático, a cadeira de rodas para o paraplégico, o sangue que faz o coração bombear e bater fortemente dentro de um peito amargurado, cheio de incertezas e receios. O doce já não é tão doce como antes, já se tornou um pouco amargo... o sal tem que ser despejado de forma mais intensa pra poder sentir sua presença, e as frases, essas vem como socos ou bombas e destila seu poder de destruição através de expressões. Identifique o esconderijo do seu caráter e o traga a tona, e fale em alto e bom som aquela frase que não foi dita ontem por puro pudor, grite-a hoje como um tiro de fuzil na cara de quem merece ouvi-la, acertando o alvo em cheio, esteja ele onde estiver. Vomitar as angustias é nada mais do que ser sincero e transparente... sincero consigo, por não deixar que as amarguras tenham o poder de escurecer seu coração, e transparente ao ponto de poder ler nos seus olhos os seus medos de infância. Cuspa sangue se for necessário, mas não prenda nada dentro de si, não deixa que a sua boca se transforme em um sepulcro cheio de verdades mortas, e que as mentiras mortas ganhem vida por conta de medo e insegurança. Isso não é suficiente pra você ser feliz?... Será que isso é o suficiente?

Seria mais ou menos como...
Ter uma compota, mas não ter uma colher
Ter o automóvel, mas não ter o combustível
Ter a casa, mas não as chaves
Ter a noite, mas não ter a brisa
Ter o mar, mas não ter as ondas
Ter a presença, mas não ter o toque
Ter o orgulho, mas não ter de quem se orgulhar
Ter perto, mas ao mesmo tempo longe
Ter a visão, mas viver na escuridão
Ter a coragem, mas não a ousadia
Ter a vida, mas não vivê-la
Ter os sonhos, mas não acordar para realizá-los
Ter pessoas, mas ser só
Ter dúvida, mas não tirá-las
Ter tempo, mas viver com pressa
Ter visão, mas ver só o que quer
Ter um amor, e não amá-lo
Ter carinho, mas não ser correspondido
Ter uma vida, mas viver a do outro
Ter tudo, mas optar por não ter nada
Ter a paz, mas viver em turbulência
Ter o ouro, mas viver na pobreza
Ter graça, mas não ter limites
Ter bom senso, mas não coerência
Ter dó, mas não de si
Ter fome, mas não degustar o alimento
Ter humildade, mas não abrir mão da vaidade
Ter pena, mas só de si
Ter planos, mas não colocá-lo em prática
Ter sede, mas só de vingança
Ter vida, mas viver em morte
Ter oportunidades, mas não alimentar a alma
Ter ânimo, mas guarda no fundo do baú
Ter Deus, mas viver se “endeusando”
Ter vontades, mas não aproveitar o momento
Ter a o sono, mas não dormir
Ter intrigas, mas não desvendá-las
Ter preguiça, mas não descansar
Ter curiosidades, mas morrer curioso
Ter companhia, mas ser só
Ter o cigarro, mas não o fogo
Ter a chance, mas só dar valor depois que passa
Ter um amor, mas só percebe depois que perde...

Será que isso é realmente suficiente?
Será que no fim, você vai olhar pra trás e poder dizer, “fiz o meu melhor?”
Será que é realmente isso que você quer pra você?
Será?
Será?
Será?
São tantos “serás” que não temos tempo de pesar o quanto temos e o quando decidimos não ter, o quanto somos e não aproveitamos, o quanto fazemos e fazemos errado... apenas vivendo anestesiados com os nossos “mas... mas... mas...”. Não sei o que seria do ser humano se não existisse a desculpa...