terça-feira, 6 de setembro de 2011

LAGRIMAS E PEDRAS, PEDRAS E LAGRIMAS

Lagrimas rolam em meu rosto como pedregulhos rolam de uma montanha, deixando marcas duras na minha pele como a pedra deixa no solo árido e seco. Meu sorriso é como o sol que alegra as manhãs, ilumina e aquece, apodrece a carniça e faz o ma cheiro subir, mas na minha vida não tem existido muitos sorrisos, apenas expressões sérias, noites escuras e cheias de neblinas e uivos. Meus olhos, negros e sempre cerrados, tentam encontrar algum ponto de luz, que traga esperança e vontade de lutar e vencer, mas não a encontra, vê apenas a escuridão com seus monstros e mitos, que acabam amedrontando os minutos seqüentes chamados por muitos de futuro. O gosto de sangue na boca deixa o clima ainda mais amargo, e não adianta cuspir, porque o gosto fica, e fica e fica... não abandona aquele que já não quer mais sentir o fel entre os lábios. O doce já se foi, a ternura passou, o desejo findou-se, mas o que restou está aceso e gritando a plenos pulmões um grito desesperador de amargura. O ócio de ficar sentado em frente ao escuro entedia, e as mãos começam a suar por não terem porque de existir, estão paradas, imóveis, sem utilidades, se não apenas limpar as pedras em forma de lagrimas que caem do meu rosto. O coração bate forte, é a única coisa que até o momento está como antes, a batida forte do coração, mas o cansaço dele está visível, e a qualquer momento ele pode desistir de mover-se pra frente e pra traz num ritmo regrado, por estar cansado de ser machucado, ferido e mal tratado. O nariz respira um cheiro adocicado, mas bem de longe, porque a proximidade não é algo que se faça presente, e o cheiro é sentido de tempos em tempos, quando a brisa do vento sopra e vem em minha direção. O toque, não sei definir o que é, já foi esquecido por ter sido deixado de lado... não sei nem definir isso. O conjunto disso tudo, me faz desistir da esperança, não consegue mirar uma mudança, não consegue obter resultados, e a força para tentar tudo isso não mais é esboçada, não existe reação, porque não adianta, esse é o pensamento final. As juras se perdem após dez segundos de terem sido feitas, e as verdades tem tempo de validade precoce. A vida existe, o amor também existe, os sorrisos, risadas, alegria, felicidade, esperança, tudo isso existe, guardado a sete chaves dentro de um peito que tudo suporta, mas que não abre suas portas pra libertar esse monte de sentimentos que guarda como um guardião de um rei. Ele prefere liberar o choro, e consequentemente, as lagrimas... que rolam em meu rosto como pedregulhos rolam de uma montanha, deixam marcas duras na minha pele como a pedra deixa no solo árido e seco machucando cada dia mais, e mais, e mais...
O Passado não reflete o futuro, não tem jeito, e o que virá será sempre diferente do que você imagina. As falhas, as palavras, as atitudes que são tomadas de forma impensada, vão refletir pra mudar o curso desse futuro tão sonhado e desejado, mas não vão influenciar positivamente, só vão atrapalhar... quando se imagina a dor do fim, não é necessário sofrer as mazelas do caminho e sofrer até que o desejado fim chegue, é menos doloroso interromper o processo e curtir o que restou de bom, se é que algo foi bom ao ponto de ser lembrado.
O peso de cada lágrima demonstra o peso da existência, e o custo de cada sorriso faz o orgulho se esconder, com uma verginha impar e um silencio inigualável. Estou pronto, agora é só esperar que tudo faça sentido e que o acordar sem um sorriso único me faça ter a coragem de ir. Dói muito, mas a dor é companheiro daquele que não pode viver sem ela, e nosso convívio é amigável, e isso a faz uma companheira inseparável. Enxugue as lagrimas, erga a cabeça e toque em frente, porque com dor ou sem dor, feliz ou não, com ou sem lágrimas, a vida segue, e tenho que vivê-la intensamente, como sempre vivi...

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